19 de janeiro de 2011

CAI A TARDE
VAI A CHUVA
E O LUAR A ESPERAR.

FICO ATENTA
NÃO ME MOVO
CORAÇÃO QUER TE TOCAR.

NARA FREITAS

18 de janeiro de 2011

MISTÉRIO

NO FUNDO DA MINHA ALMA
TENHO LÁGRIMAS GUARDADAS
TALVEZ DE UMA DOCE SAUDADE
OU DE LEMBRANÇAS PASSADAS.

SAUDADE DO QUE NÃO HOUVE
E QUE NÃO POSSO EVITAR
LEMBRANÇAS QUE ÀS VEZES FOGEM
OUTRAS QUE INSISTEM EM FICAR
PALAVRAS QUE NÃO FORAM DITAS
OUTRAS QUE QUEREM CALAR
SENTIMENTOS QUE NAVEGAM
E ME PEDEM PRA ESPERAR.

QUISERA EU CONHECER
ESSES MISTÉRIOS PROFUNDOS
E TER NOS MEUS OLHOS CLAROS
OS TEUS, COMO PANO DE FUNDO.

AUTORA: NARA FREITAS.

MADRUGADA

O VENTO BATE FORTE
NO VIDRO DA MINHA JANELA.

VEM COM ALMA
NÃO HÁ CALMA
VEM DIRETO E DE FRENTE PARA MIM.

MADRUGADA...
O VENTO BATE FORTE
NA MINHA MEMÓRIA
E AFLORA
QUERIA VOCÊ JUNTINHO A MIM.

AUTORA: NARA FREITAS

RENOVAÇÃO

PINGOS DE OURO
NA MINHA JANELA
TÃO LEVES
TÃO SOLTOS
ACALMAM ASSIM.

PINGOS DE OURO
NA MINHA JANELA
É A VIDA DE NOVO
ACENANDO PRA MIM.

AUTORA; NARA FREITAS

VOU INDO

VOU INDO SEM RUMO
À-TOA
QUE VIDA BOA!

O VENTO TOCA DE LEVE MEU ROSTO
GOSTOSO AROMA DE FLORES
CERCO O TEMPO
DEIXO AS HORAS DEVAGAR.

NÃO PENSO...
NÃO QUERO...
SOMENTE ESPERO
TENHO MUITO QUE ESPERAR.

PARA TUDO HÁ RESPOSTA
E O TEMPO SE ENCARREGA DE MOSTRAR.

AUTORA:NARA FREITAS

DESTINO

MEU BARCO SEGUE
SEM RUMO
ABRE CAMINHOS
PROFUNDOS
TÃO LEVE...
TÃO SOLTO...

SEGUE SEM RUMO
MEU BARCO
DISTANTE DA VIDA
TÃO PERTO
DO PORTO.

MISTURO A ESPUMA
DO ARCO
QUE GRAVA O RASTRO
E O VENTO
A APAGAR.

NESSE CONSTANTE BUSCAR
SOU COMO O RIO
QUE ACABA
NO MAR.

AUTORA: NARA FREITAS

12 de janeiro de 2011

SAUDADES DA VIDA

Tenho saudades da vida
do relógio que sempre parava
brincadeira de esconde-esconde
e surpresa que me encantava.

Tempo que buscava uma estrela
e pousava-a na palma da mão
irradiando uma luz tão brilhante
que mexia com meu coração.

Tempo de virar borboleta
e voar pela imensidão
navegar na sarjeta da vida
e desenhar com o meu coração.

Tenho saudade do tempo
que mirava a noite com lua
namorava o som do silêncio
e firmava minha mão junto a tua.

Ah! Que tempo gostoso
de sentir os meus pés na areia
descansar nas ondas da praia
imitando o dançar da sereia.

Queria voltar de repente
flutuando com o vento no ar
abraçar com ternura a loucura
e do sonho não mais acordar.

Autora: Nara Freitas

10 de janeiro de 2011

ENCANTAMENTO

  Minha avó tinha o hábito de ler e contar histórias. Elas variavam de contos de fadas até as que ela criava e encenava somente para mim. Costumava ajoelhar-me e encostar-me em seu colo e, ali, enquanto ela acariciava meus cabelos ouvia, vivia, sentia e ía a lugares sem fim. Que encantamento! Até o que eu ainda não compreendia fascinava-me: histórias tristes, famílias pobres e bonecas vivas.
  Eu ainda não conhecia nada de letras e afagava os livros. Com eles viajava nas gravuras e amáva-as. Depois de aprender a ler, deitava-me de bruços sobre a mesa e ali entrava na "Ilha Deserta de Robinson Crusoé," voava no mundo de "Alice no País das Maravílhas "e comparava meus lindos cachos com"Cachinhos Dourados". Ficava feliz quando minha avó chamava-me assim. "Meus cachinhos".
  Quanto mais lia mais queria saber e aprender sobre o mundo fantástico da literatura. Empolgava-me porque já conseguia ler livros com capítulos, verdadeiro, comprido:" O Pequeno Príncipe," que marcou para sempre o meu modo de ver o mundo,  "Clarissa", "Meu pé de Laranja Lima"...Eram tantos! O universo de ficção atraia-me de tal forma, que logo comecei a produzir histórias, poesias, crônicas, foi aí que a arte chegou e nunca mais foi embora. Hoje os livros são parte da minha vida. É com eles que converso, desabafo, rabisco, aprendo, pinto, canto e danço.
Que honra quando minha avó aplaudia , chorava e sorria com minhas histórias. É o encanto, a magia. São as coisas eternas da vida.

Autora: Nara Freitas.

8 de janeiro de 2011

LEVITEI

Hoje não estou  em mim
não sei o porquê
acordei assim.

Acho que meu sonho me levou
e meu espírito
levitou.

Olho meu próprio corpo
está aqui, mas
fora de mim.

Sinto-me leve e feliz
embora vendo-o assim.

Fugi para a verdadeira vida,
onde entrei e não voltei.
Com certeza, por tanta alegria,
foi aqui que te encontrei.

Quando eu voltar à Terra
vai ser tudo diferente,
gritarei teu nome alto
e direi a toda a gente:
- O amor não morre nunca
quando realmente se sente.

Hoje não estou em mim
não sei o porquê
acordei assim.


Autora: Nara Freitas.

2 de janeiro de 2011

SÓ ELE VIA

Havia um jardim de estrelas
naquela noite agitada.

Só ele via.
Só ele sentia
uma luz envolvente
que o invadia.
E mais ninguém percebia.


Ele que incomodava,
ele que fazia pirraça,
ele que era esquecido,
ele que era sem graça.

Só ele via.
Só ele sentia
e ninguém mais percebia.

Ele que vivia na lua e
escondia-se na garrafa escura.

Ele que namorava a aurora
com a mente de quem não controla.

Só ele via.
Só ele sentia.
Só ele sorria
e ninguém percebia
que havia um jardim de estrelas
numa noite agitada lá fora.

Era um bêbado meio poeta
que deixava as pessoas inquietas.

Autora: Nara Freitas.