28 de novembro de 2011

QUE FAZER?

A luz
Do teu olhar
Maligno
Afetou
Um sonho
Aberto
Daqueles
Que vem
Fica
E não consegue
Morrer.
Que fazer?

Nara Freitas
BEM ASSIM

Vem,
Vem bem
Assim...
Com esse
Teu charme
Tateando
Dentro de mim.
Vem,
Vem bem
Assim...
Quero
Ser absorvida
Engolida
Num prazer
Sem fim.
Vem,
Vem bem
Assim...
Pra matar.

Nara Freitas
OCEANO ESTÁTICO

O tempo flui denso,
Lentamente
No silêncio que se instala
Na minha boca deserta
Capto a imagem do mar
E mergulho certeira
Provocando um forte
Redemoinho
Na noite da minha alma.
Vou desbravar
o oceano estático
Que se faz dentro de mim.

Nara Freitas
VEM
 
Derramo
A chama
Na tua
Boca
Acesa.
Palavras
Imprudentes
Sem nexo
À-toa.
Cenas
Obscenas
Líquido
Escaldante
Pele
Com pele
Gozo
E cheiro
De quero mais.
Vem!

Nara Freitas

EU QUERO MAIS

O óbvio já não me atrai mais
É como saber o desfecho da história
Antes mesmo do enredo.
Quero o inusitado
Um colorido de tom prateado.
Apago pontos escuros
Na tela triste
E encho-a de vivacidade
Leveza e vontade.
O que sonhei
Caiu pelos quintais
E agora...
Agora decidida
Digo não...
Eu quero mais.

Nara Freitas

20 de novembro de 2011

RAIO DE LUA

Raio de lua
Atravessa
a casa vazia
Sonho palavras
Que rumam ao vento
Brisa de verão
Enche o coração
Vozes longíquas
Confundem-se

Oposição...

Força
Fraqueza
Perplexidade extrema
Leveza
Cai uma lágrima
Na solidão.

Decisão...

Vou buscar o sol
Para atravessar
A casa da vida
Tão minha
Luzida
Perdida na escuridão.

Nara Freitas

DUAS FACES

Tenho duas faces
A que escancara
A alma e a que
Oculta sonhos.
Tenho dois sonhos
O que morre comigo
E o que jamais me prendo.
Tenho dois caminhos
O que leva a dor
E o que leva a vida.
Tenho duas vidas
A que leva a ti
E a que a ti me leva.
Tenho dois amores
Um que aprisiona
E outro que liberta.
Tenho duas faces:
Fixa e lenta...
Diante de uma força maior.

Nara Freitas

SONHOS

Se eu fechar os olhos
Desperto sonhos
Adormecidos
Mergulhados
Em águas paradas.
Se abrir os olhos
Esqueço o meu olhar no teu
E continuo despertando sonhos.

Nara Freitas
QUE FAZER?

A luz
Do teu olhar
Maligno
Afetou
Um sonho
Aberto
Daqueles
Que vem
Fica
E não consegue
Morrer.

Nara Freitas
MEDO DA ESCURIDÃO

Explode cores
No caminho
Onde a lua
Não faz morada
Anda cabisbaixa
Triste
Amargurada.
Explode cores
No caminho
Para espantar
O medo da escuridão.

Nara Freitas
PRECISO DE COLO

A noite ilumina escura
Preenche com enorme vazio
A incerteza de reencontrar-me.
Procuro minha sombra
Na perda certeira de mim mesmo.

Tempo nublado
Atribulado
Recolho-me
Sensível
Carregando sonhos
Com máscaras de amarguras
E penas...
Corro meu destino
Perdida no próprio coração.

Fuga?

Alma parada
Extremos se tocam
Entre dois polos.
Rendo-me...
Preciso de colo.

Nara Freitas

5 de novembro de 2011

INTROSPECÇÃO

Sombra espessa
De árvores
Aconchegam-se
Junto a majestosa
Água que passa
Extravasa
E espuma pedras
Com desmedidas proporções.

Meus passos suaves
Retornam
De volta pra mim

Introspecção...

Quero dançar
Com borboletas rosas
Nessa indescritível luz
E entoar uma bela canção.

Nara freitas
Não sei...

Murmúrio
De água
Na terra
Ressequida
Se o amor
Acabou,
Não sei...
Sei
Que procuro
Dar um toque
De rima
Na minha poesia.

Nara Freitas

SEMPRE


Muda-se tudo
Nessa inconstante vida.
Porém, meu amor...
Ah! Esse amor...
Permanece intacto
Ordenado
Nesse mundo imundo
Desconcertado.

Nara freitas
RETALHOS

Prefiro
Ordenar
Retalhos
Com sonhos
Coloridos
Desordenados
Interrompidos
Inacabados
Do que viver
Realidades
sem marcas
Sem desafios.

Nara Freitas
CREPÚSCULO

Divido o silêncio
Que atenta meus ouvidos
Com o incessante
Raio de luz
Que me conduz...
Empresto meus olhos
Ao entardecer e
Recebo de volta
O sol
Beijando a montanha
De lado a lado.

Nara Freitas
BUSCA

Embalo meu sono
Nessa noite
Que se faz dentro de mim.
Insaciável desejo
Deixa minha alma
Transviada
Perdida
Desorientada...
Continuo a esperar-te
Mesmo sabendo
Que teu beijo venha frio
E tuas mãos cheguem vazias.

Embalo meu sono
Nessas horas loucas e tristes
Ah! Se soubesses
O quanto meu corpo
Arde e pede
Para explodir junto ao teu.

Nara Freitas

25 de outubro de 2011

SEMPRE


Muda-se tudo
Nessa inconstante vida.
Porém, meu amor...
Ah! Esse amor...
Permanece intacto
Ordenado
Nesse mundo imundo
Desconcertado.

Nara freitas

MEU DESEJO
Paira sobre o céu um tormento
Envolto a nuvens escuras
Pardacentas
Cinzentas.
Lágrimas derramam
Pingos escuros
Nas páginas marcadas
Do livro do tempo.
Diversidade...
O meu céu
de súbito
sinaliza...
Tempo aberto
Para teus beijos...
Teus agrados...
Meu desejo.

Nara Freitas

12 de outubro de 2011

Muda-se tudo
Nessa inconstante vida.
Porém, meu amor...
Ah! Esse amor...
Permanece intacto
Ordenado
Nesse mundo imundo
Desconcertado.

Nara freitas
ESTOU PERDIDA


Rua estreita...
Meus pés descalços
Insistem em pisar
Na lama fria.
Águas gélidas
Onde moro...
Contradição
Entre alma e coração.

Rua estreita...
Agonia
Estou perdida
Com uma chuva
De pétalas
Na minha vida.

Nara Freitas
PÉROLA DIVINA


O amor passou por mim
Cegando tua sombra na minha
Sem proferir palavras
Sem pena
Ardente
Presente.

O amor está assim
Dançando uma valsa desmedida
De imensurável maestria
E eu não o impeço
Mesmo que fique tonta
Que pese parte de mim.

O amor ficará por fim
Nos inúmeros versos
Encadeados
Vagando na noite profunda
Em busca de um abrigo
Discreto
Incerto.

O amor irá sem fim
Naturalmente
Sem mensagem
Sem remetente
Carregando desígnios
E segredos pela eternidade.
Pérola divina.

Nara Freitas
MEU DESEJO

Paira sobre o céu um tormento
Envolto a nuvens escuras
Pardacentas
Cinzentas.
Lágrimas derramam
Pingos escuros
Nas páginas marcadas
Do livro do tempo.

Diversidade...
Contradição...

O meu céu
de súbito
sinaliza...
Tempo aberto
Para teus beijos...
Teus agrados...
Meu desejo.

Nara Freitas
SENTIMENTO OCULTO

Não tente entender
Meu poema
Ele foge a interpretações
Tente entender
Minha alma
O sangue nas veias
Meu coração.

Não tente entender
Meu poema
Pra que
Interrogações?
Se  a dor que
Fica oculta
Exala no peito
Lindas canções.

Nara Freitas

18 de setembro de 2011

SEQUESTRO RELÂMPAGO

Abri a janela
Da minha alma
Depois de correr a cortina transparente.
Descobri...
Nuvens cinzentas
Águas barulhentas
E uma amargura
Amargurada...
Alguém roubou
Meu encanto
Sequestrou como
Um relâmpago e
Eu fiquei desolada.

Inocente...tola que sou
Sensibilidade apurada
Ao tocar com leveza
A cortina acetinada
Eis, que ali
Sorrindo para mim
Teu beijo alucinava-me...
Sequestrador dos meus sonhos
Esse sequestro relâmpago
Deixou-me baratinada.

Nara Freitas

14 de setembro de 2011

PRAZER DE VIVER ASSIM

Gosto de sentir o prazer de escrever
Escrevendo...
Desorganizo-me
Organizando minhas ideias.
Palavras saltitam na mente
Fazem enredos, malabarismos,
Encenações.
Não sei como esse processo chegou
Sei que é essencial como o sol
Para aquecer os dias.
Saio fora do mundo
Entro dentro de mim
Como a marca de um beijo
Bem dado, marcante, delicado.
Felicidade? É o prazer de viver assim.
Quando vem a inspiração
Não há poeta que escape.

Nara Freitas
PUREZA

Abrem-se cores
No céu
Sinfonia de anjos
Misteriosos arranjos
Minha voz se cala
Fala o silêncio
Abertamente.

Lágrimas umedecem
Meu olhar
Deslembradas de cairem
Pela face.
Ah! Se eu morresse agora...
Certamente,
Morreria de alma cheia.

Nara Freitas
MADRUGADA INGÊNUA

Não há noite tediosa
Para nós, poetas.
A madrugada é tranquila
Espantamos o escuro da nossa alma
Através de palavras.

Ela vem chegando
Bamboleando com o vento
Estigando cata-ventos
Vem fazendo metáforas
Aliterações
Mistura feitiços
Com misteriosas canções.

Madrugada ingênua
Chega bem perto
E logo é encoberta
Com afagos de poemas.

Nara Freitas
Percorro só um caminho
O do vento...
Ele não pede passagem
Vai...
Extravasa...
E ainda deixa rastros
Por onde passa.

Nara Freitas

13 de setembro de 2011

 
SINTONIA

 
Olho o céu...
A nuvem se desfaz
Aos poucos.
Sensibilizada
Abre passagem
Ao sol.
Meu olhar
É assim...
Deslumbra-me!
Faz um arranjo
Perfeito e
Completo
Com meu coração.

Nara Freitas

9 de setembro de 2011

DEIXEI DE SER

Aprisiono-me a uma memória
Que angustia
Misturam-se imagens
De cores longíquas
Sensações que marcaram e
Deixam-me confusa
Grandes vendavais!
Estou no presente
Bem sei...
Perplexa envolvo-me no enredo
Do que já deixei de ser.

Meu interior,
Sensivelmente desmedido
Sabe...
Cada momento
Um milagre...
Tenho sonhos a percorrer.
Adio o passado
Esqueço o presente
E peço-te...
Ajuda-me a viver.

Nara Freitas

3 de setembro de 2011

DOR

O olhar marcado
Sobrevoava o horizonte
Abria-se fissuras
De sangue
No coração.
Espinhos atravessavam-se
No peito
Tensão...
O brilho radiante
Do sol já não mais
O invadia
A tristeza, insistia.
Ela, logo ela,
Que via a vida
Com paixão
Descontrolou-se
Emudeceu.
E, num suspiro profundo,
Um sussurro a implorar de coração:
- Cante-me, cante-me
Mais uma vez...
Somente uma vez...
Nossa última canção.

Nara Freitas 

1 de setembro de 2011

MAGIA

O véu da noite
Fez a curva do caminho
Como um fantasma
Assombrando com tormento.
Repentinamente,
Uma luz
De olhar aceso...
A lua
Mágica lua
Desprendida
Sem receio...
Ensinava as estrelas
A amarem.

Nara Freitas


29 de agosto de 2011

VÍCIO

Meu vício é você...
Que sem perceber
alegra meus dias
e traz tantas rimas
para as minhas poesias...
Ah!...se você soubesse
talvez, até o encanto
se desfizesse...
Deixe assim!...
Brando, esquecido
e leve...
Deixe assim!...
Nara Freitas

26 de agosto de 2011

MANHÃS DAS MINHAS POESIAS


            Renasço todas as manhãs com aromas de flores cálidas. Permito que se aconcheguem raios de sentimentos quase tímidos que se filtram aos poucos no meu ser e se unem a uma música orquestrada, linda, perfeita!
            No espaço silencioso,deixo fluir ideias...percebo o agrupar do vento com o luzir do sol preparando-se para uma ciranda dentro de mim.
            Esplêndida manhã radiosa, trouxe-me, de presente, um beija-flor encantador pela espaçosa janela. Acrobacias incríveis confundem suas cores com o transparente iluminado das cortinas. Elas o aplaudem, com ritmo e cadência, tendo o vento leve como maestro.
            Beija-flor, vem deitar-se junto a mim e traga-me sempre, nesse exato momento, inspiração nas manhãs das minhas poesias.

Nara Freitas


25 de agosto de 2011

QUEM SOU?

Sou poeta
Louca
Desvairada
Desperto receios
Enredo desejos
E debruço-me
Na alma aluada.

Eu sinto.
Tu sentes?
Não sei!...
Só sei
Que jamais
Enterraria
Meu corpo
Sem poesia.

Nara Freitas

17 de agosto de 2011

ELO

Retina intacta
Surpreenda meu
Olhar
Ilumina o azul
Das ondas
E alía-te
Às estrelas...
Elas têm tanto
A contar!

Nara freitas
ACORDEI ASSIM

Acordei
Cheiro de rosas
Flores-do-campo
Jasmins
Exalavam
Serena beleza
Sensualidade pureza
Num leve dançar em si.

Acordei
Cheiro de rosas
Artimanhas graciosas
Inatingíveis mistérios
Ultrapassam
Dentro de mim.

Nara Freitas
SOY LIBRE

No...no pertenezco
A nadie
Soy libre...
Libre como los pájaros
prisionados en sus nidos.
No...no pertenezco
A nadie
Solamente a mí
Para siempre
En tú ser.

Nara Freitas
Zombo do próprio
embaraço
Vexame
do coração
De tanto agir
com franqueza
Passa por falso...
Ilusão?

Nara Freitas
LUA SEXY

Lua explícita
Na noite nostálgica
Se engraça
Como se pudesse
Entregar-se
Num ato contínuo
De amor.

Lua sexy
Provocante
Arrebenta
Suspiros
Bizarros
Com volúpia
Gozo
Prazer.

Inspiração...
Reciprocidade...
Meu corpo
Arde
Sente o encontro
Do teu.

Nara Freitas

15 de agosto de 2011

BAÚ DE ENCANTOS


Tenho um baú de encantos
Desafia até os mais cobiçados
Tesouros mundanos
Vivo explorando
Seus esconderijos
Porões escuros
Sótãos taciturnos.

Minha alma
Lépida, estraçalhada
Não resiste...
Insiste em ali ficar.
Fascinação...

Meu baú de encantos
Conta-me histórias
Embala-me nas noites
Chorosas
Com as mais lindas
Melodias...
Assim passo meus dias
Aliviando o coração.

Nara Freitas

8 de agosto de 2011

INTIMAÇÃO

Névoa que atenta
E vem acariciar-me
Na manhã gélida
Embaçando meu coração
Traga-me a esperança
Impregnada de risos
Que de súbito eu possa
Intimar a desaparecer da minha alma
Essa prepotente e insistente
Paixão.

Nara Freitas

6 de agosto de 2011

VULTO DE LUZ

Não quero ser sombra
Retratada nas paredes
Atrás de vultos
Perdida de um lado
Para outro
Ameaçando seres
Nos corredores da vida.

Quero ser luz
Que reluz
Nos olhos opacos,
Deprimentes
De mentes inocentes
Que não creem
Não acreditam
Que a vida continua
Mesmo cansada...
Mesmo crua...
Vulto de luz!

Nara Freitas
NÃO


Não quero olhar-te
Como se fosse
A última vez...
Coração insiste
Beija-me outra vez?

Nara Freitas
SENTIMENTOS INDISCRETOS

Ouvem-se gritos
Discussões intermináveis
Barulhos de coisas
Caindo no chão.
Esses meus sentimentos
Em assembleia extraordinária
Revirando meu coração.

Sentimentos nada discretos!!!

Nara Freitas

4 de agosto de 2011

VENTO

Vento venta...
Venta vento...
Vem com ritmo
Com cadência
Vem regar
O meu jardim.

Venta vento...
Vento venta...
Com sublime
Movimento
Traz notícias
Do meu tempo
Das belas recordações...
Com pedaços coloridos
De flores e corações.

Vento vento...
Venta venta...
Vem com calma
Arrebenta
Com esse andar
Que é só teu
Leva o pranto
A saudade
Traga paz
Felicidade
Pra esse ser
Que se perdeu.

Nara Freitas