6 de maio de 2011

PERDI O FIO DA MEADA



TENHO UMA INCONTROLÁVEL
VONTADE DE ESCREVER.
RABISCO, RESPIRO PALAVRAS,
SOU MESMO OSSO DURO DE ROER.

O FIO QUE AS TRAZEM ATÉ A MIM
PUXA-AS SEM MESMO EU PERCEBER
PESCA ALÍVIO E DESEJO
SOBE FIRME E SEM PESO
E EU MERGULHO, SOU ASSIM.

DE MANHÃZINHA ENQUANTO O SOL SE AJEITA
CONFUNDO AS PALAVRAS COM A NÉVOA
BRANCA, PURA COM REFLEXO
VÊM COM DENGO E SEM NEXO.
PREGUIÇOSAS...
QUEREM ROMANCE COM AS ROSAS.

À TARDINHA...AH, À TARDINHA
O FIO AS TRAZEM COMO O PRIMEIRO BEIJO DADO
MEIO DOIDO, DESAJEITADO
MOVIMENTO LENTO E ACELERADO.

AS PALAVRAS SÃO PENETRANTES
QUENTES
ARDENTES
E A MEMÓRIA REGISTRA OS MÍNIMOS DETALHES
QUE O PÔR-DO-SOL ENVIA.
FICO ALIENADA...

DESCULPE-ME EU ME DISTRAI
ACABEI PERDENDO O FIO DA MEADA.


NARA FREITAS

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