Nunca vi tanta injustiça como no dia em que me deparei com a figura daquela pessoa idosa quando adentrei em sua casa. Olhava-me com seus olhos marejados de lágrimas como se pedisse socorro.
Eu, sem nenhuma ação, esperava que me dissesse o motivo de tantas marcas no seu rosto e mãos ainda sangrentas já calejadas pelo tempo.
Para quebrar o silêncio, sentei-me e comecei a balançar a cadeira que ele tanto gosta e, até hoje pergunto-me: Propósito?
O barulho quebrava o silêncio entre nós dois. Repetitivo, irritante.
Foram-se passando os segundos, os minutos, até que criei coragem. Para mim a pergunta era difícil, pois nosso convívio diário sempre foi distante. Até que falei:
-O que houve? Quem fez isso?
A resposta custou a vir. Parece que antes de chegar à sala, andou pelos quartos e demais peças da casa, confundindo-se com o barulho da cadeira de balanço.
-Agrediram-me, quebraram meus óculos e machucaram minhas costas.
Já sabia quem era o autor de tudo isso. O covarde morava na esquina e sentia-se o dono da rua.
Levantei-me e contemplei mais uma vez a figura daquela pessoa injustiçada. Até hoje sinto o calor do abraço que não dei, porém foi o que me impulsionou a fazer justiça com as próprias mãos.
Autora: Nara Freitas
"Redação e Leitura de Memórias" com Luis Augusto Fischer. Oficina Literária- Feira do Livro- Caçapava do Sul. 24/05/2011.
Eu, sem nenhuma ação, esperava que me dissesse o motivo de tantas marcas no seu rosto e mãos ainda sangrentas já calejadas pelo tempo.
Para quebrar o silêncio, sentei-me e comecei a balançar a cadeira que ele tanto gosta e, até hoje pergunto-me: Propósito?
O barulho quebrava o silêncio entre nós dois. Repetitivo, irritante.
Foram-se passando os segundos, os minutos, até que criei coragem. Para mim a pergunta era difícil, pois nosso convívio diário sempre foi distante. Até que falei:
-O que houve? Quem fez isso?
A resposta custou a vir. Parece que antes de chegar à sala, andou pelos quartos e demais peças da casa, confundindo-se com o barulho da cadeira de balanço.
-Agrediram-me, quebraram meus óculos e machucaram minhas costas.
Já sabia quem era o autor de tudo isso. O covarde morava na esquina e sentia-se o dono da rua.
Levantei-me e contemplei mais uma vez a figura daquela pessoa injustiçada. Até hoje sinto o calor do abraço que não dei, porém foi o que me impulsionou a fazer justiça com as próprias mãos.
Autora: Nara Freitas
"Redação e Leitura de Memórias" com Luis Augusto Fischer. Oficina Literária- Feira do Livro- Caçapava do Sul. 24/05/2011.
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