3 de setembro de 2011

DOR

O olhar marcado
Sobrevoava o horizonte
Abria-se fissuras
De sangue
No coração.
Espinhos atravessavam-se
No peito
Tensão...
O brilho radiante
Do sol já não mais
O invadia
A tristeza, insistia.
Ela, logo ela,
Que via a vida
Com paixão
Descontrolou-se
Emudeceu.
E, num suspiro profundo,
Um sussurro a implorar de coração:
- Cante-me, cante-me
Mais uma vez...
Somente uma vez...
Nossa última canção.

Nara Freitas 

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