Minha mãe sempre dizia que eu tinha cara de santa, religiosa que era em seus costumes. A prova disso está nos nossos nomes: Noélia Maria, Elusa Maria, Lúcia Maria e Nara Maria. O Paulo Ben-Hur ficou fora dessas escolhas, porém foi retirado o nome de batismo de histórias religiosas. Sempre tive um "ciumezinho" da minha irmã um pouco mais velha que eu, a Lúcia, achava-a a queridíssima da mamãe.
Costumávamos brincar à tardinha na rua, isso nos fazia perceber os diversos casacos que as amigas apareciam no inverno. Até que vem a prima Soninha, com um casaco lindo de pele, realmente,enchia os olhos. Ela costumava erguer a gola protegendo o pescoço e isso, a deixava bem charmosa e fofinha. Dava uma vontade de ter um igual!
Era fim de tarde, algo já estava deixando-me intrigada, minha irmã Lúcia não saía da porta; dizia-me estar esperando nossa mãe chegar do trabalho. E eu, como não queria perder nada, fiquei junto a ela, queria saber o que vinha pela frente. Ela, tinha uma vontade grande de ter um casaco bem assim, igual ao da Soninha, só que confundia pele com pelúcia. Quando avistou minha mãe descendo para casa ela saiu correndo pensando ter desviado minha atenção e disse:
-Mãe, me dá um casaco de pelúcia igual ao da Soninha?
E eu, muito afobada, correndo para não perder nada, falei:
-Se der um casaco de pelúcia, pra Lúcia, também quero um de penara.
Autora: Nara Freitas.
Um comentário:
Muito bom!
Fato engraçado cuja leitura é interessante. Agrada-me em ler.
Parabéns!
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